Conheça o exame de quantificação dos TREC
TREC, é um exame que permite, no período neonatal, o rastreamento precoce de crianças com comprometimento na produção de linfócitos T.
Considerada uma urgência em Pediatria, a imunodeficiência combinada grave (SCID) é um grupo heterogêneo de doenças causadas por defeitos no desenvolvimento ou na função dos linfócitos T.
Apesar de a maioria dos bebês acometidos apresentar aspecto saudável nos primeiros meses, a SCID costuma cursar, ainda no primeiro ano de vida, com déficit no ganho de peso e estatura, diarreia de difícil tratamento, eczema cutâneo e complicações relacionadas à aplicação do BCG, além de quadros respiratórios graves e prolongados e infecções oportunistas ou de evolução não habitual, entre outras manifestações. O prognóstico das crianças com SCID está diretamente associado à identificação precoce da condição, uma vez que o diagnóstico antes do advento de qualquer sintoma permite uma condução direcionada e adequada e maior sucesso do tratamento.
Os círculos de excisão do receptor de células T, ou TREC, na sigla em inglês, são pequenos fragmentos de DNA gerados durante o processo normal de maturação das células T no timo. Como podem ser identificados em sangue periférico, constituem importante marcador da presença de células T imaturas na criança. Traduzindo em miúdos, uma concentração sanguínea normal de TREC na criança representa a formação adequada dos linfócitos T no seu próprio organismo, que passa a substituir aqueles derivados da mãe e passados pela placenta durante a gestação.
Portanto, a quantificação alterada dos TREC no período neonatal é um forte indício de comprometimento na produção de linfócitos T. Uma vez que as células T são verdadeiros maestros da resposta imunitária, a sua disfunção leva ao comprometimento global de todo o sistema imunitário, similarmente ao que ocorre na infecção pelo HIV. Dessa forma, a análise desses fragmentos, que pode ser parte do teste de triagem neonatal, é um recurso que auxilia o rastreamento precoce não somente de SCID, que de fato constitui o espectro mais grave, mas também de um grupo mais amplo e heterogêneo de enfermidades da qual ela faz parte, denominado de imunodeficiências combinadas. Todas essas síndromes são basicamente relacionadas à deficiência de células T.
Estudo americano reforçou a importância da análise do TREC no período neonatal
Em 2008, a quantificação dos TREC foi incorporada à triagem neonatal nos Estados Unidos, inicialmente pelo estado de Wisconsin, e, nos anos subsequentes, adotada pela grande maioria dos estados norte-americanos.
Em fevereiro de 2019, o periódico da Academia Americana de Pediatria publicou os dados da inclusão do exame na Califórnia. No período de 2010 a 2017, mais de três milhões de recém-nascidos realizaram o teste neste estado, em amostra de sangue obtida em papel-filtro. Os resultados alterados foram confirmados por outras metodologias, como imunofenotipagem de linfócitos T em sangue total por citometria de fluxo ou sequenciamento genético. O estudo mostrou que a análise dos TREC na triagem neonatal identificou com sucesso as crianças com deficiência na produção de células T clinicamente significante, com uma prevalência de um caso para cada 15.300 nascimentos. A instituição do tratamento precoce e oportuno, após o diagnóstico, permitiu o alcance de uma sobrevida de 94% nesse grupo de pacientes, comparada com taxas de mortalidade próximas a 100% se considerada a história natural da doença.
O fato é que a utilização dos TREC para o rastreamento de crianças com SCID ainda no período neonatal tem alta sensibilidade e especificidade, assim como um impacto relevante na condução desses casos e, sobretudo, no prognóstico desses bebês.
Alzheimer é uma das principais causas de demência no mundo, com cerca de 100 mil novos casos sendo...
VENCEDORES NA CATEGORIA DETECÇÃO DE PADRÕES 1º Lugas Huna Diagnóstico precoce de pré-eclampsia por modelos de Inteligência Artificial...
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A data de 03 de dezembro foi instituída pela Organização das Nações...