FISHJAK2CRLF2 e a Leucemia Linfoblástica Aguda
A leucemia linfoblástica aguda é um tipo de leucemia que acomete tanto crianças como adultos. Ela é o tipo de leucemia mais comum na infância e as crianças, em geral, têm boa resposta ao tratamento padrão, com taxa de até 90% de cura.
Entretanto, em adultos, o cenário é bem diferente, com chance de resposta menor que 40%. As razões para essa diferença estão nas diversas características genético-moleculares da doença.
De fato, a LLA constitui um grupo heterogêneo de subtipos classificados conforme as alterações cromossômicas e mutações gênicas que a célula leucêmica apresenta. De acordo com o tipo de alteração, pode-se depreender se a doença tem prognóstico favorável, intermediário ou desfavorável, e a partir daí, desenhar a melhor estratégia terapêutica, mais ou menos agressiva, com o intuito de alcançar o desaparecimento da moléstia, obter prolongamento de sobrevida ou mesmo a cura.
A análise do cariótipo do blasto leucêmico é uma forma bastante consolidada para a detecção de alterações cromossômicas e vem sendo amplamente usado na prática clínica. A LLA em crianças entre 2 e 8 anos, por exemplo, apresenta aumento do número de cromossomos, a chamada hiperdiploidia, que identifica um subtipo que responde muito bem a medicações padrão. No entanto, em adultos, a hiperdiploida é rara, sendo observadas mais frequentemente translocações, que desfavorecem o prognóstico. Há ainda alguns casos com cariótipo normal.
Após a descrição do genoma humano e graças aos avanços observados no sequenciamento, foi possível estudar várias amostras de LLA na tentativa de identificar detalhes não detectados pelo cariótipo. Com isso, foram descritas novas mutações e alterações até então despercebidas. Ampliou-se consequentemente o conhecimento e a possibilidade de identificação e aprimorou-se a forma de tratamento. Novas medicações foram desenhadas tendo como alvo as proteínas originadas das mutações, as chamadas medicações alvo-específicas. Um exemplo foi a leucemia BCR-ABL1 símile, que é um grupo com perfil de expressão gênica igual à LLA BCR-ABL1 positiva, mas sem apresentar tal rearranjo ou translocação, mas portando uma série de outras mutações envolvendo os genes CRLF2, classe ABL, via JAK-STAT e RAS. Esses grupos diferem em termos de prognóstico, desenlace e direcionam terapia.
A técnica de hibridação in situ por fluorescência (FISH) é uma forma objetiva de detectar alterações na célula leucêmica e, recentemente, colocamos em rotina a FISHJAK2CRLF2 que é uma das mutações mais frequentes do grupo de LLA BCR-ABL símile. Ela demonstra a translocação entre os genes CRLF2 e JAK, e com isso oferecemos a chance dos pacientes com esse tipo de alteração ter seu tratamento direcionado e melhorado.
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