Autoanticorpos contra receptor de fosfolipase A2 em pacientes brasileiros com doenças glomerulares
Mais de 10% da população mundial apresenta algum tipo de disfunção renal. Os números mais recentes revelam que existe ainda a previsão de aumento de 17% para os próximos dez anos. Diante disso, fica evidente que as doenças renais são um problema de saúde pública mundial. Trata-se de uma doença silenciosa, pois apresenta sintomas leves ou pouco perceptíveis quando está em seu estágio inicial.
Os rins têm a importante função de “filtrar” o sangue, eliminando as toxinas do organismo, além de controlar a quantidade de água e sal no corpo, produzir hormônios que evitam a anemia, doenças ósseas, entre outras. Assim, a lesão nos rins, quando se estende por mais de 3 meses, já pode ser considerada como uma Doença Renal Crônica (DRC).
Exames como a creatinina dosada no sangue e um exame de urina simples já podem detectar algum tipo de problema, sendo fundamentais na prevenção da doença. O diagnóstico tardio acarreta no desenvolvimento da doença renal crônica terminal (DRCT), um desfecho de saúde grave, que necessita do tratamento de diálise ou transplante renal. Os principais grupos de risco para o desenvolvimento da doença são hipertensos, diabéticos e obesos.
Dia Mundial do Rim
Criado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e a Federação Internacional de Fundações do Rim (IFKF), o dia 11 de março foi escolhido para ser o Dia Mundial do Rim. A data que reúne milhões de pessoas em mais de 150 países do mundo, visa a conscientização da população a respeito da saúde renal. O evento tem o objetivo de educar e alertar pessoas sobre a necessidade da prevenção da doença ao mostrar o impacto na vida dos pacientes.
O slogan da campanha de 2021 é “Vivendo bem com a doença renal”. O intuito é orientar o paciente com doença renal crônica (DRC), no que tange aos sintomas e tratamento adequado, além de apontar medidas eficazes de prevenção e progressão da DRC.
Publicação Científica
A pesquisa científica intitulada: “Autoantibodies against phospholipase A2 receptor in Brazilian patients with glomerular diseases” aborda um biomarcador que auxilia no monitoramento de uma doença renal denominada Glomerulonefrite Membranosa Primária – um distúrbio que acomete a membrana do glomérulo renal, ocasionando intensa perda de proteína na urina, diminuição na capacidade de filtração das escórias metabólicas, retenção de água e inchaço do tecido do organismo (edema), bem como hipertensão arterial.
O estudo foi realizado com 117 pacientes com doenças glomerulares variadas confirmadas e tipificadas por biópsia renal. O grupo foi submetido a avaliação clínica e laboratorial de rotina (creatinina e albumina séricas, proteinúria 24h, urinálise, exames para investigação etiológica) e determinação do autoanticorpo anti-PLA2R sérico por ELISA.
O objetivo da pesquisa foi a análise do desempenho diagnóstico do anti-PLA2R em pacientes brasileiros com nefrite membranosa (NM) e a verificação da possível associação dos níveis séricos de anti-PLA2R com a atividade da doença.
Cabe ressaltar que o artigo mostrou um progresso na descoberta de autoanticorpos (Abs) para o receptor da fosfolipase A2 do tipo M (PLA2R) no soro e, em imunocomplexos depositados em glomérulos na maioria dos pacientes adultos com NM primária, conforme a seguir:
– 67,5% dos pacientes apresentavam NM,
– 9,4% glomeruloesclerose segmentar focal
– 7,7% nefrite lúpica classe V
– 15,4% outras doenças glomerulares com proteinúria
– O nível médio da taxa de filtração glomerular (estimada pela fórmula CKD-EPI) foi 79,43 mL / min (12,00-151,20 mL / min)
– Proteinúria 24 h de 2,89 g (0-14,90 g)
– Albumina sérica de 3,79 g / dL (1,20–4,80 g / dL)
– O anti-PLA2R foi detectado em 27 pacientes, todos com MN ativa, sendo 26 com a forma primária e 1 com a forma secundária
– A frequência e os níveis séricos dos anticorpos anti-PLA-2R foram maiores nos pacientes com NM em atividade em comparação com aqueles com doença inativa
– As taxas de sensibilidade e especificidade para o teste foram de 60,5 e 94,7%, respectivamente
– O Valor preditivo positivo (PPV) foi de 92,9 %
– O Valor preditivo negativo (NPV) foi de 67,9%
A conclusão da pesquisa mostrou que o biomarcador anti-PLA2R apresentou alta especificidade e VPP para o diagnóstico de GNM primária em pacientes brasileiros. Ainda foi constatada uma forte relação entre a atividade da doença e os níveis de anti-PLA2R. Por fim, constatou-se que este biomarcador representa uma relevante ferramenta diagnóstica para GNM primárias, podendo ainda contribuir para o monitoramento da atividade da doença em tais pacientes.
Acesse o artigo clicando aqui.
Nosso time
Fizeram parte deste importante trabalho os pesquisadores: Cícero de Oliveira Santos Neto, Michelle T. Passos, Danilo E. Fernandes, Sonia K. Nishida e Gianna Mastroianni Kirsztajn da UNIFESP, e o reumatologista e imunologista Luis Eduardo Coelho Andrade, do Grupo Fleury.
#OrgulhoDePertencer #SouGrupoFleury #Ciência #Inovação #DiaMundialDoRim
Alzheimer é uma das principais causas de demência no mundo, com cerca de 100 mil novos casos sendo...
VENCEDORES NA CATEGORIA DETECÇÃO DE PADRÕES 1º Lugas Huna Diagnóstico precoce de pré-eclampsia por modelos de Inteligência Artificial...
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A data de 03 de dezembro foi instituída pela Organização das Nações...