Dia Mundial de Combate à Poliomielite
O dia 24 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, uma doença contagiosa aguda, que pode afetar adultos e crianças, causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3, dos quais apenas o de tipo 1 continua circulando).
A data foi estabelecida pelo Rotary Internacional para celebrar o nascimento de Jonas Salk, líder da primeira equipe que desenvolveu uma vacina contra a poliomielite. Existem duas vacinas contra a poliomielite: a VPO (vacina pólio oral) ou Sabin, também conhecida por ser a vacina da gotinha; e a VIP (vacina inativada pólio) ou Salk, administrada por via intramuscular.
Publicação Científica
Palavras-chave;
Poliomielite; poliovírus; vacina oral contra a poliomielite
Resumo:
A poliomielite ainda é uma doença endêmica no Afeganistão, na Nigéria e no Paquistão, apesar dos esforços para erradicá-la. Portanto, há risco de propagação mundial. Desde o início do programa de erradicação da poliomielite pela Iniciativa de Erradicação Global da Pólio [Global Polio Eradication Initiative (GPEI)], em 1988, a incidência da doença foi reduzida em 99%. Na última década, o poliovírus selvagem do tipo 2 (WPV2) foi eliminado e declarado erradicado em 2015.
O poliovírus selvagem do tipo 3 (WPV3) foi reportado pela última vez em novembro de 2012. Essas mudanças promoveram a remoção do poliovírus Sabin tipo 2 da vacina oral antipólio (VOP) em abril de 2016, e os países introduziram a vacina oral bivalente (VOPb), que contém os poliovírus Sabin tipos 1 + 3, ou adicionaram pelo menos uma dose da vacina inativada contra o poliovírus (VIP) no calendário de imunização.
É necessário muito empenho para erradicar a poliomielite. Novas estratégias devem ser implementadas, como o desenvolvimento e a aprovação de novas VOPs geneticamente estáveis e vacinas que não requerem processos infecciosos para o crescimento do vírus, como partículas pseudovirais (VLP), ou tecnologia de células de empacotamento (packing-cell). A VIP será cada vez mais produzida a partir de cepas Sabin, de outras cepas atenuadas ou geneticamente modificadas.
Além disso, é imprescindível o desenvolvimento de medicamentos antivirais para tratar os pacientes imunodeficientes que são excretores de longo prazo, evitando assim a contaminação de indivíduos suscetíveis aos poliovírus, devido à reversão da patogenicidade. Se todas essas medidas forem implementadas com sucesso, o mundo estará próximo da interrupção global de transmissão do WPV e da erradicação da poliomielite.
Palavras-chave: poliomielite; poliovírus; vacina oral contra a poliomielite
Introdução:
A poliomielite é uma doença viral altamente infecciosa e incurável que afeta principalmente crianças menores de 5 anos. Continua sendo endêmica em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Uma em cada 200 pessoas infectadas terá paralisia irreversível (geralmente, mas nem sempre, dos membros inferiores), 5% a 10% desses pacientes morrem de paralisia dos músculos respiratórios.
A poliomielite é uma doença muito antiga, encontrada até em múmias no Egito e, somente após a introdução das vacinas Sabin e Salk, na década de 1950, o número de casos diminuiu. Existem dois tipos de vacinas contra a poliomielite: Salk, uma vacina injetável que contém vírus inativados [vacina inativada contra poliomielite (IPV)], e Sabin, uma vacina oral que contém vírus atenuados [vacina oral contra poliomielite (OPV)].
A vacina oral da poliomielite pode causar paralisia associada à vacina [poliovírus derivado da vacina circulante (cVDPV)] devido à reversão da virulência, especialmente em pacientes com imunodeficiência primária, pois excretam poliovírus vacinais por períodos extremamente prolongados, causando infecção em populações suscetíveis.
As campanhas de vacinação em massa com as vacinas Sabin e Salk impediram o desenvolvimento de um milhão de novos casos, mas mesmo após uma grande redução, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém a poliomielite na lista de emergências sanitárias internacionais devido às ameaças de ressurgimento global da doença. Assim, não é possível interromper a imunização, pois ainda existe o risco de retorno da doença em escala mundial.
Desde o início do programa de erradicação da pólio pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI) em 1988, que reuniu várias instituições, incluindo a OMS, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o Fundo Internacional das Nações Unidas para Emergências para Crianças (Unicef), Rotary e as fundações Bill e Melinda Gates; como consequência, a incidência da poliomielite foi reduzida em 99%. O programa de erradicação pode ser dividido em várias fases distintas.
A primeira fase teve início com a resolução da Assembleia Mundial da Saúde em 1988 e a definição de uma meta para o final do ano 2000 como data-alvo para a erradicação.
Este período foi marcado por esforços para implementar um programa global, incluindo estratégia de desenvolvimento, mobilização de recursos, prática de campo e rápido progresso. Embora progressos substanciais tenham sido feitos, o objetivo da erradicação não foi alcançado.
Em 2000, havia 20 países endêmicos, em comparação com 125 países em 1988. O último diagnóstico de pólio no Brasil ocorreu em 1990. A OMS declarou oficialmente a pólio erradicada das Américas em 1994. A segunda fase dos esforços de erradicação começou em 2001 e terminou no início de 2010.
Esta fase durou cerca de uma década e caracterizou-se por focar cada vez mais em áreas difíceis (particularmente em áreas com segurança comprometida) e, em geral, o desempenho do programa foi inferior ao esperado na implementação das atividades de campo, especialmente, as campanhas de vacinação.
Como a circulação do poliovírus selvagem já havia sido suprimida em muitos países, mesmo nos países considerados pólio endêmico, os níveis de imunidade necessários para alcançar a interrupção da transmissão, agora dependem quase que exclusivamente da imunidade induzida por vacinas, exigindo campanhas de vacinação frequentes e em massa.
Apesar dos desafios, houve progresso e o número de países endêmicos diminuiu de 20 em 2000 para 4 em 2010. A OMS declarou a pólio erradicada da região do Pacífico Ocidental e da Europa em 2004.
A terceira fase começou em 2011 com a erradicação da pólio na Índia. A Ásia foi certificada como livre da pólio em 2014. Apesar dos desafios específicos nas diferentes fases, a GPEI está implementando agressivamente o Plano Estratégico de Erradicação da Pólio e Final de Jogo 2013-2019, uma estratégia abrangente de longo prazo que aborda o que é necessário para fornecer um mundo livre de pólio. Um dos objetivos alcançados foi a remoção do poliovírus Sabin tipo 2 da OPV, implementado em abril de 2016.
Mais de 150 países desenvolveram planos nacionais, realizaram atividades de campo e monitoraram de perto esse esforço. Ao mesmo tempo, os países introduziram a OPV bivalente (bOPV), que contém poliovírus Sabin dos tipos 1 + 3, e em países onde isso não foi feito anteriormente, pelo menos uma dose de IPV foi adicionada ao seu calendário de imunização de rotina para manter a imunidade contra o poliovírus tipo 2.
Em abril de 2016, portanto, a GPEI entrou na era pós-cessação da OPV2. Embora o planejamento de retirada tenha dado alta prioridade à identificação e destruição dos estoques trivalentes restantes de OPV (tOPV), há evidências de que algumas dessas vacinas continuam a ser usadas.
O surgimento e possível circulação do poliovírus derivado da vacina tipo 2 é uma preocupação crescente devido à diminuição de imunidade contra o tipo 2. Além disso, embora o fornecimento apropriado de IPV para uma estratégia de rotina de dose única tenha sido acordado pela indústria, os desafios enfrentados com a rápida expansão da produção levou a entregas abaixo das expectativas (atualmente <50% dos compromissos iniciais).
A escassez está afetando mais de 30 países que não puderam introduzir ou não puderam ser reabastecidos com IPV. Esses países estão em vias de acessar a IPV, atualmente previsto para 2018-2019. Atualmente, no Brasil, o esquema de imunização é IPV aos dois, quatro e seis meses de idade e bOPV como reforço aos quatro anos.
Grandes conquistas foram consolidadas pela GPEI durante a terceira fase, o poliovírus selvagem tipo 2 (WPV2), que foi declarado erradicado em 2015, e o poliovírus selvagem tipo 3 (WPV3) relatado pela última vez em novembro de 2012, criando grande confiança de que a circulação global cessou.
Esta foi a maior redução nos casos de poliovírus selvagem (WPV) desde 2014. Não houve detecção de WPV fora do Afeganistão / Paquistão desde 2016 e o surto principal de poliovírus derivado de vacina circulante tipo 2 (cVDPV2) na República Árabe Síria foi controlado, apesar da guerra em curso, mas atualmente, ainda enfrentamos uma batalha contra o poliovírus, de acordo com a Global Polio Erradication Initiative, os números de casos de vírus selvagem e poliomielite derivada de vacina em todo o mundo em 2018-2019.
Para saber mais, clique aqui e acesse o artigo completo.
Nosso time
Fizeram parte dessa entrega de sucesso, o médico infectologista, Celso Francisco Hernandes Granato, do Grupo Fleury, ao lado de Eliete Romero e Elaine Lima, do Instituto Adolfo Lutz.
Quer saber mais?
O arquivo está disponível online, em inglês. Clique aqui e confira.
#OrgulhoDePertencer #SouGrupoFleury #Ciência #Inovação #DiaMundialDeCombateÀPoliomielite
Alzheimer é uma das principais causas de demência no mundo, com cerca de 100 mil novos casos sendo...
VENCEDORES NA CATEGORIA DETECÇÃO DE PADRÕES 1º Lugas Huna Diagnóstico precoce de pré-eclampsia por modelos de Inteligência Artificial...
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A data de 03 de dezembro foi instituída pela Organização das Nações...