O impacto das intervenções não farmacêuticas no avanço da COVID-19
Uma recente pesquisa investigou o impacto de intervenções não farmacêuticas na transmissão do vírus SARS-CoV-2 no Brasil.
O artigo “Evolution and epidemic spread of SARS-CoV-2 in Brazil”, com a participação do Dr. Celso Granato e da Dra. Carolina S. Lazari, médicos infectologistas do Grupo Fleury, fala sobre o avanço da COVID-19 e investigou o impacto de intervenções não farmacêuticas na transmissão do vírus.
Em países que adotaram essas medidas, como por exemplo na China, Itália e Espanha, o crescimento da epidemia está diminuindo. O Brasil é o segundo país com mais casos no mundo e foi o primeiro da América Latina a confirmar um caso.
O objetivo das intervenções não farmacêuticas é reduzir a transmissão e propagação do vírus através da diminuição da taxa de contato entre as pessoas. No nosso país, as medidas adotadas foram o fechamento de escolas e do comércio, incentivando o isolamento social. Tivemos um período, imediatamente após a implementação dessas medidas, no qual ocorreu uma redução nessa transmissão, uma pessoa infectada transmitia o vírus, na média, para uma pessoa. Entretanto, esse número voltou a aumentar com o aumento da mobilidade populacional, ocasionando o crescimento da epidemia.
O estudo utilizou os dados de mortes reportadas por síndrome respiratória aguda grave nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, já que os atrasos no reporte de casos da COVID-19, mudança nas notificações e acesso heterogêneo para a testagem da poluição ofuscam a avaliação real da transmissibilidade do vírus SARS-CoV-2.
Publicação científica
Trata-se do primeiro estudo de análise abrangente da disseminação do SARS-CoV-2 no Brasil. Não se encontrou evidências da transmissão do vírus em comunidades mais distantes dos grandes centros em um primeiro momento, de modo que os relatos de infecção foram encontrados inicialmente nos grandes centros urbanos do Brasil e foram dessas regiões que o vírus se espalhou pelo país.
“Concluímos que o vírus foi levado a partir de centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro por transporte aéreo interestadual para regiões como Amazonas, Pará e Ceará, o que também nos ajuda a entender a explosão de casos de COVID-19 nesses estados logo no início da pandemia no Brasil”, explicou o dr. Celso Granato. “Essa informação é importante também porque conseguimos avaliar a eficácia das medidas de controle da epidemia que foram adotadas no Brasil, como, por exemplo, os deslocamentos de pessoas por voos domésticos”, completou.
A pesquisa revela ainda que é necessário uma vigilância e monitoração contínua no país para verificar a progressão do vírus e o surgimento de novas linhagens no Brasil. O artigo já conta com mais de 13.300 acessos ao resumo e quase 5 mil downloads no portal onde foi inicialmente disponibilizado, além de ter sido publicado pela revista Science, uma das mais reconhecidas revistas de estudos científicos do mundo.
Nosso time
Fizeram parte desta entrega de sucesso, os seguintes pesquisadores e médicos do Fleury: Carolina dos Santos Lazari e Celso Granato.
Quer saber mais?
Acesse o artigo sobre esse trabalho na revista Science, que está disponível em inglês, de forma gratuita clicando aqui.
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