Longevidade e envelhecimento bem sucedido
Avanços na ciência têm afetado a expectativa de vida humana.
Nos países desenvolvidos, considera-se idoso o indivíduo acima dos 65 anos de idade, enquanto que nas nações em desenvolvimento, é idoso quem tem mais de 60 anos. Sob alguns aspectos, principalmente legais, no entanto, o limite é de 65 anos também em nosso país.
O envelhecimento é definido como o conjunto de alterações que ocorrem progressivamente na vida adulta e que frequentemente, mas não sempre, reduzem a viabilidade do indivíduo. A senilidade é a perda de função ligada à passagem do tempo, contribuindo decisivamente para o comprometimento da qualidade de vida e da autonomia dos indivíduos idosos.
O envelhecimento bem sucedido se dá com baixa susceptibilidade a doenças e elevada capacidade funcional (física e cognitiva), acompanhado de uma postura ativa perante a vida e a sociedade. Por outro lado, o envelhecimento com fragilidade se caracteriza pela vulnerabilidade e pela baixa capacidade para suportar fatores de estresse, resultando em uma maior suscetibilidade a doenças, à perda da autonomia, com consequente incapacidade e dependência.
Atitudes de natureza preventiva são capazes de evitar ou postergar a incapacidade, fazendo com que o idoso mantenha um bom padrão funcional em idades avançadas. Classicamente, as ações preventivas são divididas em primárias (aquelas que evitam o aparecimento de doenças), secundárias (o diagnóstico precoce de doenças) e terciárias (aquelas que evitam a piora funcional, uma vez a doença já instalada).
Na prevenção primária destacam-se os cuidados relativos à nutrição, à atividade física e à vacinação, além da interrupção do tabagismo. A desnutrição e a perda de peso estão implicadas nos estados de redução da funcionalidade. Deve-se atentar para o consumo de uma dieta balanceada com atenção especial aos oligoelementos (vitaminas e minerais) contidos em vários alimentos, sobretudo frutas e vegetais. Muitos idosos encontram dificuldade em manter um consumo alimentar adequado, devido a problemas que devem ser identificados e corrigidos: distúrbios neuropsiquiátricos (demência, depressão), distúrbios mastigatórios (falta de dentes) e da deglutição, fatores inibidores do apetite (doenças e medicamentos), além de fatores sociais (isolamento, dificuldades econômicas). Por outro lado, sobrepeso e obesidade têm de ser evitados por serem causadores de morbidade cardiovascular e osteoarticular.
A falta de uma prática regular de exercícios está relacionada a estados de incapacidade. É recomendado um exercício de moderada intensidade (marcha vigorosa) por 30 minutos, cinco vezes por semana, acrescido de exercícios visando o ganho de massa muscular, duas vezes por semana. Ademais, são de especial importância para os indivíduos idosos os exercícios visando o equilíbrio e a flexibilidade.
A imunização através das vacinas é um instrumento precioso para a promoção da saúde em idosos, com destaque para as vacinas contra a gripe, pneumonia e herpes zoster.
A interrupção do tabagismo é de fundamental importância para a promoção do envelhecimento bem sucedido e deve ser estimulada mesmo em idades avançadas, lançando-se mão inclusive de medidas farmacológicas efetivas.
Podemos incluir dentre as medidas de prevenção primária a prevenção do isolamento. A participação em atividades culturais (universidades da terceira idade), associativas e mesmo profissionais é de fundamental importância para a manutenção da autonomia e da auto-estima.
A prevenção secundária é feita através da detecção de doenças em indivíduos assintomáticos (o “check-up”), ou seja, o diagnóstico em uma fase que antecede o aparecimento de sintomas. Tal atitude se justifica uma vez que, em muitos casos, esse diagnóstico precoce gera intervenções que trazem grande benefício às pessoas. Destacamos a detecção precoce de condições predisponentes às doenças cardiocirculatórias (hipertensão, diabetes, colesterol alterado) e de tumores (câncer de mama, de intestino, de próstata, dentre outros).
A prevenção terciária representa os cuidados diante das doenças crônicas já instaladas, visando diminuir seu impacto funcional. A visita regular a um clínico para o correto tratamento da hipertensão arterial e do diabetes, a fisioterapia para o tratamento da artrose, a reabilitação cognitiva para melhorar as alterações da memória são exemplos desse nível de prevenção.
O envelhecimento é uma conquista da civilização. Os avanços da ciência nos fizeram chegar a essa situação à qual ainda estamos nos adaptando. Os desafios da sociedade são imensos para lidar com essa novidade demográfica, dado o seu impacto econômico e social. É de fundamental importância que cada um assuma a sua parcela de responsabilidade no sentido de promover o seu envelhecimento com autonomia e felicidade.
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