A Hanseníase tem cura?
O Brasil tem se mantido no segundo lugar entre os países com casos novos de hanseníase diagnosticados anualmente.
A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma das doenças mais antigas do mundo com registro de casos há mais de 4000 anos, na China, Egito e Índia. É causada pelo bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae, que foi descrito em 1873. Por acometer a pele e os nervos periféricos, manifesta-se com manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele, caracterizadas por alteração de sensibilidade local.
A transmissão do M. leprae se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente que apresenta a forma transmissora (multibacilar) e não se encontra em tratamento, por meio de contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz.
O contato direto com a pele do paciente não transmite a doença. O período de incubação (tempo entre a aquisição a doença e a manifestação dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos.
As alterações de sensibilidade na pele características da doença afetam as sensações de dor, frio, calor ou até mesmo o toque. Ainda é comum que o paciente apresente sensação de formigamento, dormência ou fisgadas nas mãos e nos pés, além de apresentar áreas onde há a diminuição do suor e dos pelos. A perda de sensibilidade pode provocar complicações decorrentes dos traumas que ocorrem principalmente nas extremidades, já que o indivíduo perde os reflexos de retirada que são desencadeados pela dor e funcionam como mecanismos de proteção.
A doença tem cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, para que a doença deixe de ser um problema de saúde pública. Atualmente, os países com maior detecção de casos são os menos desenvolvidos ou com superpopulação. Em 2016, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 28.000 casos novos da doença.
A suspeição da hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo próprio paciente. O diagnóstico é feito pelo médico e envolve a avaliação clínica dermatoneurológica, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se necessário, é feita a baciloscopia, que corresponde à coleta da linfa, nas orelhas, nos cotovelos e nas lesões de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita.
Há uma cura para a doença?
A hanseníase tem cura e quanto antes for realizado o tratamento da doença, menores serão as agressões aos nervos do pacientes e, consequentemente, menos frequentes serão as complicações e sequelas. O tratamento pode ser realizado sem necessidade de internação, com medicamentos de ingestão oral.
O tratamento pode durar de 6 meses a 1 ano e o paciente que o segue cuidadosamente recebe alta por cura. Os medicamentos são gratuitos e fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade.
A estratégia global da OPAS/OMS para a hanseníase
A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) apresentou em 2016 uma estratégia global para o combate à hanseníase por meio do fortalecimento de parcerias governamentais, do enfrentamento da discriminação e da inclusão de pacientes afetados.
A doença está presente em 24 dos 35 países das Américas, porém, todos já eliminaram a doença como problema de saúde pública (o que significa que há menos de um caso por cada 10 mil habitantes), com exceção do Brasil. Por isso, a OPAS/OMS tem atuado ao lado de instituições brasileiras no combate à hanseníase e desenvolveu o “Projeto Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da Hanseníase”, que busca diminuir a carga da doença no país. Saiba mais sobre o projeto clicando aqui.
Alerta – O Brasil vem se mantendo em segundo lugar no ranking mundial de número de casos novos de hanseníase diagnosticados anualmente, sendo superado apenas pela Índia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, 150 países contabilizaram 210.671 novos casos da doença, o que corresponde a 2,8 casos a cada 100 mil habitantes. No Brasil, no mesmo ano, foram detectados 26.875 casos novos, o que expressa 12,9 casos a cada 100 mil habitantes. Entretanto, há uma heterogeneidade dos números entre as regiões do país. Os estados do Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará, e Piauí são os que apresentam as maiores taxas de detecção de novos casos da doença.
Para aumentar a visibilidade nacional da doença e de seus pacientes foi instituído por meio da Lei Federal 12.135 de 2009 o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase.
Janeiro Roxo
Anualmente, em janeiro, são promovidas ações de conscientização sobre a hanseníase para marcar o Dia Nacional de Combate e Prevenção, lembrado no último domingo do mês. Conhecido como Janeiro Roxo, a iniciativa é apoiada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por intermédio do Departamento de Hanseníase. A iniciativa busca melhorar o controle da doença por meio da disseminação de informações especializadas e conscientização da população sobre sua gravidade, bem como a necessidade de diagnóstico e tratamento precoces, contribuindo para a redução do preconceito acerca da doença.
Conheça mais da campanha clicando aqui.
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