A investigação das demências e parkinsonismos na população idosa
A demência corresponde a expressão clínica de várias doenças, cuja incidência e prevalência são maiores na população idosa.
Com o envelhecimento da população, tem aumentado o número de casos nos quais a perda de memória é uma queixa comum, podendo ou não estar associada a algum tipo de demência e, quando há essa suspeita, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial entre as diversas causas, cujas características clínicas podem se sobrepor. Na fase inicial, sobretudo em pacientes com outras comorbidades, que utilizam certos medicamentos ou com alto nível de educação, a detecção precoce das alterações cognitivas constitui um desafio.
Para auxiliar o médico no diagnóstico, o Fleury dispõe de um arsenal de exames que inclui testes de análises clínicas e de imagem, que sempre devem ser interpretados em conjunto com o quadro clínico, exame físico ou outros recursos complementares.
Um desses exames é a pesquisa direta de biomarcadores no líquido cefalorraquidiano, fluido incolor e que circula o cérebro e a medula espinhal. A redução de alguns desse biomarcadores e o aumento de outros pode ser indicativo para a doença de Alzheimer na fase pré-clínica e, quando encontrados em indivíduos com declínio cognitivo leve, sugerem maior chance de evoluir para a doença.
A atual contribuição da neuroimagem nesse cenário se estende além do seu papel tradicional de excluir lesões passíveis de tratamento cirúrgico. Hoje os achados de imagem podem suportar o diagnóstico presuntivo de distúrbios neurodegenerativos específicos e, por vezes, confirmar o diagnóstico, com destaque para a ressonância magnética (RM).
Distúrbios do movimento
A doença de Parkinson (DP) e outras síndromes parkinsonianas se caracterizam por alteração na função motora e, em 40% dos casos, a demência está presente. O diagnóstico é clínico e se baseia em dados da história e do exame neurológico. Em geral, a imagem convencional de RM tem apenas a função de excluir anormalidades estruturais específicas que possam mimetizar clinicamente a doença. Contudo, novas técnicas de RM buscam identificar achados de imagem que sugiram tal diagnóstico.
A principal característica patológica da DP é o acúmulo intraneuronal de uma proteína denominada alfassinucleína. Atualmente, com o uso de sequências dedicadas e protocolos dirigidos de RM, é possível identificar padrões de atrofia seletiva e alterações de sinal em estruturas específicas do encéfalo, que favorecem o diagnóstico das síndromes parkinsonianas em detrimento de outros tipos de demência.
Mais recentemente, foi introduzida a cintilografia cerebral com Trodat, um exame que consegue diferenciar parkinsonismo de tremor essencial, além de ajudar o diagnóstico diferencial de demências. Como as manifestações clínicas só surgem após uma perda considerável dos transportadores de dopamina, substância que ajuda no controle muscular, a cintilografia com Trodat pode fazer um diagnóstico mais precoce dos distúrbios parkinsonianos.
Por sua vez, a ultrassonografia transcraniana do parênquima cerebral é um método complementar de estudo, capaz de flagrar alterações ecográficas da substância negra, as quais estão presentes em pouco mais de 90% dos pacientes com doença de Parkinson idiopática, mas com prevalência muito baixa (cerca de 8%) nos idosos hígidos, bem como em indivíduos com outras formas de parkinsonismo.
Contribuição da genética
Nos casos de herança genética, avanços nos estudos moleculares estão sendo aplicados para o exame de quadros de demências neurodegenerativas. Painéis genéticos que utilizam a tecnologia de sequenciamento de nova geração podem ser indicados para auxiliar o diagnóstico desses quadros.
No que diz respeito ao Alzheimer, por exemplo, cerca de 2% a 10% dos indivíduos acometidos apresentam um quadro de início precoce (antes dos 65 anos), que pode estar associado a formas raras da doença de herança autossômica dominante, causadas por mutações de alta penetrância em três principais genes (APP, PSEN1 e PSEN2).
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