Especificidade e sensibilidade: Qual a importância desses fatores no diagnóstico do COVID-19?
Sensibilidade e especificidade são variáveis relacionadas ao desempenho de um exame, sendo importantes para se avaliar a capacidade do teste confirmar um diagnóstico.
Para poder contribuir para um diagnóstico preciso de COVID-19 para seus pacientes, há dois fatores muito importantes para os testes oferecido pelos laboratórios do Grupo Fleury: a sensibilidade e a especificidade.
O diagnóstico de uma doença é feito com base em sua história clínica, no exame clínico do paciente e nos exames complementares, como os testes laboratoriais. Embora criteriosamente desenvolvidos e validados, os testes laboratoriais apresentam uma margem de erro, podendo levar a resultados falso-positivos (quando o teste é positivo e o indivíduo não tem a doença) ou falso-negativos (quando o teste é negativo e a pessoa tem a doença). Desse modo, a correta interpretação de um teste laboratorial vai além de garantir a acurácia do resultado obtido na operação técnica dentro do laboratório, sendo necessário também o conhecimento médico para avaliar as propriedades do teste por ele solicitado, inclusive suas limitações.
Quando um novo exame diagnóstico é desenvolvido, como no caso do diagnóstico da COVID-19, o pesquisador estabelece um ponto de corte, a partir do qual ele define se o resultado será positivo ou negativo, ou ainda se ele cai numa faixa denominada de Indeterminada ou Inconclusiva. Esta é uma das etapas críticas na determinação da performance diagnóstica do teste. Aqui entram a sensibilidade e a especificidade, duas variáveis importantes para mensurar e identificar a performance diagnóstica de um teste.
A sensibilidade é a capacidade de um teste em identificar, dentre as pessoas com suspeita da doença, aquelas realmente doentes.
A especificidade é a capacidade do mesmo teste ser negativo nos indivíduos que não apresentam a doença que está sendo investigada.
Sensibilidade x Especificidade
O teste ideal seria aquele que apresentasse 100% de sensibilidade e 100% de especificidade. Assim, teríamos apenas dois cenários: um resultado negativo implicaria que a pessoa não estaria doente e um resultado positivo evidenciaria que o indivíduo estaria doente. Todos os resultados seriam compatíveis com o diagnóstico do paciente e não haveria casos de resultados falso-negativos ou falso-positivos.
Infelizmente, isso raramente ocorre na prática, havendo uma pequena margem de resultados incompatíveis com o diagnóstico. Em geral, exames com sensibilidade muito alta podem perder em especificidade e vice-versa. Imagine uma balança, onde um dos pratos é a sensibilidade e o outro, a especificidade. Se ocorre melhora na sensibilidade de um teste (um prato da balança sobe), frequentemente ocorre diminuição na especificidade (o outro prato da balança desce). Em algumas situações, ter uma sensibilidade de 100% é muito importante, como nas triagens sorológicas em bancos de sangue, onde os testes são realizados para a prevenção de transmissão de infecções. Nesses casos, a perda de especificidade decorrente é aceitável, pois o objetivo não é fazer um diagnóstico, mas sim não deixar passar nenhuma amostra com potencial de contaminação. Doadores com resultados alterados serão comunicados para que procurem um médico para investigação da possibilidade da infecção suspeita, devendo fazer outros tipos de exame com especificidade adequada.
Na detecção do vírus da COVID-19 pela metodologia RT-PCR, a sensibilidade clínica é influenciada por fatores diversos, como por exemplo: o dia da coleta em relação ao início da infecção, o tipo de amostra utilizada em relação ao tempo de infecção, manifestações clínicas do paciente e a qualidade pré-técnica da amostra. Essas variáveis também afetam profundamente o desempenho de cada exame, influenciando até mesmo o tipo de exame com melhor desempenho conforme a fase da doença. Por conta disso, é recomendado que o paciente sempre consulte o médico, que saberá decidir qual o tipo de exame mais adequado e saberá interpretar os resultados adequadamente. O Fleury utiliza na metodologia do RT-PCR uma combinação dos protocolos do Hospital Charité de Berlim e do CDC de Atlanta, de maneira a obter resultados com maior precisão e a coleta realizada pela equipe técnica segue os procedimentos cientificamente comprovados para a manutenção da qualidade pré-técnica da amostra coletada.
Por outro lado, a resposta imunitária do paciente com vírus da COVID-19 é avaliada pela pesquisa dos anticorpos produzidos ao longo do processo infeccioso. Existe uma cronologia para o aparecimento dos anticorpos das classes IgM, IgA e IgG, portanto a duração da doença e prazo estimado desde a exposição ao vírus são fundamentais na escolha e interpretação dos resultados. Por exemplo, os anticorpos da classe IgG aparecem tardiamente e testes para IgG têm sensibilidade muito baixa nos primeiros dias da doença. Já os anticorpos IgM costumam aparecer mais precocemente, em uma fase em que a RT-PCR para detecção direta do vírus tem boa probabilidade de ser positiva. Vale salientar que na fase de convalescença a RT-PCR pode já ser negativa, pois o sistema imunitário já terá sido capaz de eliminar o vírus. Neste momento a pesquisa de IgG contra o vírus da COVID-19 tem maiores chances de identificar o agente causador da doença.
Além disso, temos que lembrar que a resposta imunológica dos seres humanos é um processo muito dinâmico; isso significa que uma pessoa não vai dormir negativa para um dado anticorpo e acorda na manhã seguinte positiva. Isso é um processo que vai acontecendo e, ao longo dos dias a pessoa se “torna” positiva. Se, por coincidência, uma pessoa colhe o seu sangue para fazer uma pesquisa de determinado tipo de anticorpos e está no meio de processo de “viragem”, isto é, está se tornando positiva, dentro de uma certa faixa de leitura do teste, ele (a) pode ser chamado (a) de Indeterminado ou Inconclusivo, uma vez que algumas pessoas podem ter um tipo de reação ”inespecífica” (que depende da taxa de especificidade do teste).
Assim, pode ser impossível para o teste definir se se trata de uma pessoa que está “virando” (se tornando positiva) ou se essa faixa está indicando uma certa inespecificidade do teste. Portanto, somos forçados a liberar um resultado Indeterminado ou Inconclusivo e caberá ao médico que solicitou o exame colocar esse dado no contexto do paciente, para saber se haverá necessidade de se colher nova amostra dentro de alguns dias para checar se o paciente estava se tornado positivo ( nessa amostra de seguimento o teste deve ficar claramente positivo) ou , caso contrário, se era apenas uma reação inespecífica (a amostra continua Indeterminada ou Inconclusiva ou, ainda, fica negativa).
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