O que é a enxaqueca?

Embora sejam muitas vezes utilizadas como sinônimos, a cefaleia e a enxaqueca são entidades diferentes. A enxaqueca é uma cefaleia primária em que ocorrem episódios de dor muito intensos, começando entre os 15 e os 40 anos, podendo aparecer na infância ou logo após a primeira menstruação.

A dor, que geralmente afeta apenas um dos lados da cabeça, tende a ser intensa, pulsátil, agravando-se com o esforço físico ou com movimentos da cabeça, podendo ser acompanhada de náuseas, vômitos, intolerância à luz, ao ruído e a alguns cheiros. Cada episódio pode durar poucas horas até três dias e entre as crises os pacientes permanecem assintomáticos.

Existem alguns tipos de enxaqueca que vêm precedidas pela aura, com duração de 10 a 30 minutos, compreendendo desde a visão de pontos luminosos, perda de visão de um dos lados do campo visual e até sensação de formigamento de um dos lados da face.

Para o diagnóstico, são importantes a história clínica, o exame físico e o neurológico, incluindo o exame de fundo de olho. Para o diagnóstico diferencial, podem ser realizadas tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

A maioria das pessoas que sofre com a enxaqueca já realiza naturalmente a prevenção, identificando e afastando seus fatores precipitantes. E, quando esse caminho não é suficiente, o médico pode prescrever medicamentos para diminuir a frequência, a duração ou a intensidade das crises.

Nesse contexto, um medicamento foi recentemente aprovado para ser utilizado como profilaxia.

As vantagens do Erenumabe

O erenumabe é indicado como profilaxia de crises de enxaqueca em pacientes que apresentam pelo menos 4 dias de enxaqueca (migrânea) por mês. O uso de erenumabe leva à redução na frequência das crises e seu impacto na qualidade de vida do paciente.

Erenumabe é um anticorpo monoclonal humano contra o receptor de peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), sem atividade farmacológica significativa nos receptores de adrenomedulina, calcitonina e amilina, além de não possuir atividade agonista no receptor de CGRP. O CGRP é um neuropeptídeo que modula a sinalização nociceptiva e um vasodilatador associado à fisiopatologia da enxaqueca. Foi observado que os níveis de CGRP aumentam durante as crises de enxaqueca e, com o alívio da dor, esses níveis voltam ao normal. O Erenumabe compete de forma potente e específica com a ligação do CGRP ao seu receptor, inibindo a função do mesmo.

Uma pesquisa realizada pelo King’s College de Londres, na Inglaterra, revela que o medicamento diminui pela metade o número de crises de enxaqueca após quatro meses de uso. Também foi notável uma redução na intensidade das crises e melhora da funcionalidade do paciente.

O medicamento é administrado uma vez por mês por via subcutânea. As reações adversas mais comumente (1,8-4,5%) observadas com o uso de erenumabe foram: reações no local da administração do medicamento, constipação intestinal, prurido cutâneo e espasmos musculares. Reações anafiláticas são raras com uso de erenumabe. Anticorpos anti-erenumabe são observados em 6,3% dos pacientes que utilizam a dose de 70mg SC.

O erenumabe deve ser evitado, por não ter sido adequadamente avaliado em populações pediátricas (< 18 anos), em idosos (> 65 anos), em gestantes e em lactantes. Apesar de ser classificado como medicamento categoria B para gestação e de não se observar erenumabe no leite humano, esse medicamento só deve prescrito para gestantes e lactantes sob indicação médica.

A disponibilidade do medicamento

O Erenumabe já está disponível no Centro de Infusões do Fleury, indicado para pacientes que passaram por outros tipos de tratamento, sem sucesso, ou indivíduos que não toleram os outros fármacos. Para mais informações, acesse a página do Centro de Infusões.