O que é epilepsia e suas causas
A epilepsia é uma doença muito comum que atinge cerca de 3 milhões de brasileiros.
A epilepsia se apresenta através de sintomas e sinais neurológicos decorrentes de descargas elétricas excessivas e anormais no cérebro. As manifestações são variadas e dependem da área afetada.
A prevalência mundial gira em torno de 0,5-2,0% da população, diferindo por faixa etária, e de outros fatores, como o grau de desenvolvimento do país (qualidade da assistência médica).
DEFINIÇÃO
A definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma das seguintes condições:
1. Ao menos duas crises não provocadas ocorrendo com intervalo maior que 24 horas
2. Para uma única crise não provocada a probabilidade de novas crises ocorrerem nos próximos 10 anos é similar ao risco de recorrência geral. Entretanto após duas crises não provocadas o risco de novas crises é em torno de 50%
3. Quando o padrão de crise apresentado associado ou não a exames complementares se encaixa em uma síndrome epiléptica.
CAUSAS
As causas da epilepsia variam muito e incluem fatores genéticos, lesões adquiridas durante o nascimento, malformações, doenças degenerativas do sistema nervoso, tumores, doenças infecciosas e parasitárias que afetam o cérebro, intoxicações, traumatismos cranianos e distúrbios vasculares, metabólicos e nutricionais.
Epilepsia se manifesta de diferentes formas (diferentes tipos de crises) dependendo da faixa etária, localização da área epileptogênica e modo como as descargas se propagam pelas redes neurais.
As crises epilépticas podem ser divididas em focais e generalizadas:
1. Crises focais são as mais frequentes. As crises iniciam em uma área ou região específica, e podem ser divididas clinicamente em vários tipos de acordo com sintomatologia como alteração da consciência, manifestações motoras, sensitivas e sensoriais
2. Crises generalizada, se originam clínica e eletrograficamente nos dois hemisférios cerebrais ao mesmo tempo. As manifestações clinicas podem variar em intensidade. Descrevemos alguns exemplos a seguir
a. Crises tônico-clônicas, as mais conhecidas, envolvem todo o cérebro. A pessoa fica inconsciente e tem contrações musculares generalizada, bruscas e intensas. Nessas situações, é comum a respiração ofegante, dificuldade em engolir a saliva, mordedura da língua e perda do controle esfincteriano (capacidade de reter a urina)
b. Crises de ausência, quando o paciente apresenta alteração súbita e rápida da consciência, de início e término abrupto, como um “desligamento” que dura em torno de duração em torno de 10 a 20 segundos, e podem ocorrer várias vezes por dia.
Prevenção
Como as causas da epilepsia são diversas, não existem métodos específicos de prevenção, ações gerais são importantes:
· Pré-natal e assistência de parto adequados.
· Reduzir o risco de doenças infecciosas que podem causar meningite e meningoencefalite.
· Reduzir traumatismos cranianos.
· Tratamento de hipertensão, diabetes dislipidemia, que aumentam o risco de doenças vasculares cerebrais.
· Tabagismo, uso de álcool e drogas ilícitas.
Tratamento clínico:
O principal é o tratamento medicamento, que pode variar de acordo com o tipo de crise. Com o tratamento adequado o controle total das crises pode ocorrer em aproximadamente 70% dos pacientes. Os medicamentos Inibem as descargas anormais do cérebro. Além do tipo de crise o tratamento varia com a faixa etária, sexo (atenção especial em mulheres em idade fértil) e presença de outras doenças associadas.
Tratamento cirúrgico:
A avaliação de um paciente para indicar o tratamento cirúrgico ressectivo, deve ser solicitada somente para paciente sem controle com o tratamento clínico adequado. Os melhores resultados são obtidos em pacientes com lesão estrutural identifica através de exames de imagem como ressonância magnética, e este achado ser concordante com as manifestações clínicas e achados do eletroencefalograma e videoeletrencefalograma. Outro fator importante a ser avaliado é a localização da área epileptogênica, que não pode estar localizada em uma área eloquente, como área motora e área de linguagem.
Outros tratamentos:
Importante o tratamento de comorbidades como depressão e ansiedade. O controle destas doenças melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes com epilepsia.
Dieta cetogênica, suplementação de vitaminas e tratamento imunológico em tipos específicos de epilepsia.
Exames para o diagnóstico da epilepsia
A confirmação e melhor caracterização das crises é bastante importante para o diagnóstico e tratamento. Confira abaixo alguns dos exames disponíveis nos laboratórios do Fleury para o diagnóstico de epilepsia:
Eletroencefalograma
O exame de eletroencefalograma (EEG), além de confirmar o quadro de pacientes com epilepsia, ajuda na categorização do tipo de crise. O método observa registros anormais em 50% a 90% dos pacientes epilépticos, dependendo do tipo de doença.
Deve-se considerar que algumas medidas aumentam a positividade do exame, como registros repetidos e a realização do estudo com o indivíduo em vigília, sonolência, sono e após o despertar. Sempre que possível, o paciente deve ser orientado a se privar de sono no dia anterior a realização do EEG, o que eleva a chance de detecção de anormalidades. O resultado fica pronto em até três dias úteis.
Vídeo-eletroencefalograma
Uma das limitações do EEG normal é a aquisição de dados eletrofisiológicos geralmente no período em que o paciente não apresenta sintomas, de forma que, durante a avaliação, raramente se observam os fenômenos clínicos que constituem a queixa principal. Nesse contexto, a monitorização prolongada pelo vídeo-eletroencefalograma (vídeo-EEG) ganha destaque, pois realiza o registro simultâneo, em vídeo, do comportamento do indivíduo no decorrer do teste, com duração variável, para atendimento ambulatorial podemos realizar exames com duração de 2 e de 12 horas, de acordo com o interesse médico.
Na prática, o vídeo-EEG está indicado para a investigação de casos suspeitos de epilepsia em que o EEG de rotina é inconclusivo e os episódios ocorrem em uma frequência suficiente para que o método os capture.
Imagem estrutural: Tomografia e Ressonância magnética
Este tipo de exame detecta lesões estruturais como malformações, tumores e cicatrizes de diferentes causas.
Imagem funcional: SPECT e PET
Avaliam fluxo sanguíneo cerebral e metabolismo cerebral, auxiliando na localização da área epileptogênica.
Painéis genéticos para epilepsias
Os painéis genéticos para epilepsias são úteis nos casos em que epilepsia tem origem genética, que incluem tanto casos hereditários quanto os derivados de mutações (mais frequentes). É especialmente importante nos pacientes com epilepsia sem causa definida pelos exames realizados habitualmente
O estabelecimento da alteração genética correspondente pode auxiliar não somente na identificação precisa da condição, mas também, na determinação do prognóstico, no aconselhamento da família e nas decisões terapêuticas.
Atualmente, o Fleury realiza três testes multigênicos para a investigação das síndromes epilépticas: o painel genético para epilepsia acionável, o painel genético para epilepsia completo e o painel genético para epilepsia infantil.
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